Quem são as marcas chinesas que aparecem na Copa
Brasil sofre empate: Vivo não tem relação com Telefónica
Quem brilhou nos intermináveis replays do gol do meia suíço Steven Zuber contra o Brasil, no último domingo, foram as placas publicitárias da Vivo. As imagens com a logomarca da empresa correram o mundo enquanto os comentaristas esportivos debatiam porque o árbitro de vídeo não apontou o empurrão de Zuber no brasileiro Miranda.
A Vivo em questão não tem nenhuma relação com a operadora móvel do grupo Telefónica, mas é uma companhia chinesa, bem como Wanda, MengNiu e HiSense, que aparece ora em caracteres chineses (hanzis), ora em sua versão com letras romanas, em um sistema de transliteração chamado de pinyin.
Os investimentos destas empresas no mundial de 2018 mostram, além do poderio econômico da China, o desejo das companhias locais em construir marcas globais, um ponto fraco da dinâmica economia chinesa. Enquanto constroem empresas multibilionárias, os chineses têm falhado em fazer suas marcas tornarem-se conhecidas (e reconhecidas por sua excelência) fora do mercado doméstico. Os investimentos em eventos esportivos globais, como a Copa do Mundo, são um movimento importante para tentar mudar esta percepção do mercado internacional. Saiba quem são e o que fazem as empresas que aparecem nas placas publicitárias da Copa em caracteres chineses.
Vivo – Ao lado de Samsung, Apple e LG, a Vivo é uma fabricante chinesa que figura entre as dez maiores do mundo, vendendo centenas de milhões de unidades todos os anos. Sozinha, a Vivo responde por 2,7% do market share (participação de mercado) global de celulares. Curiosamente, os principais mercados consumidores da Vivo não participam Copa, caso da própria China e de países do Sudeste da Ásia, como Tailândia, Indonésia e Vietnã. Recentemente, porém, a companhia anunciou sua entrada no mercado Russo, motivação adicional para justificar o investimento nas caríssimas cotas de patrocínio do mundial de seleções da Fifa.
Smartphone da Hisense: da China para a Copa da Rússia
Hisense – Esta é uma companhia estatal, com sede na cidade litorânea de Qingdao, que fabrica televisores LCD, OLED e produtos de linha branca, como equipamentos de ar-condicionado, geladeiras, máquinas de lavar e até smartphones. Empresas como a Hisense, fazem parte de um esforço que muitos economistas chamam de "capitalismo de Estado", em que companhias estatais foram criadas para fomentar o desenvolvimento econômico e a industrialização da China. Assim como a Foxconn monta produtos da Apple, a Hisense é contratada por grandes marcas globais, que usam suas plantas fabris para fabricar seus próprios produtos. A julgar pelo investimento feito na Copa, parece que a Hisense planeja agora ter brilho próprio.
Marca desconhecida dos brasileiros é conglomerado multibilionário
Wanda – Este é um conglomerado chinês fundado em 1988 por Wang Jianlin, homem que figura hoje entre os 20 mais ricos da China e controla empresas em múltiplas áreas, como redes de hotéis de luxo e é sócio em grandes bancos dentro e fora da China. O grupo Wanda é também o maior proprietário de salas de cinema em todo o mundo, administrando teatros na China, Europa e Estados Unidos.
Messi ajuda China a exportar iogurtes para o mundo
MengNiu – Em uma simplificação grosseira, podemos dizer que a MengNiu é a Nestlé chinesa. No mercado doméstico, é a empresa líder na produção e venda de produtos lácteos, como iogurtes, queijos e leites. Entre seus garotos propaganda está o astro argentino Messi e a participação na Copa do Mundo faz parte do esforço da companhia para abrir mercado para seus produtos no sudeste asiático e também na Europa.
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