Inspirada em coworking, China cria empresas que exploram “cohousing”
Condomínio administrado pela Ziroom: cama, faxina e wi-fi
Esqueça a poluição das grandes cidades, a censura da internet ou a guerra comercial com os Estados Unidos. A reclamação número um de cidadãos chineses que vivem em metrópoles como Xangai, Pequim e Guangzhou é sempre a mesma: o preço dos imóveis.
Comprar uma casa pode custar o equivalente a 20 anos de trabalho de uma família inteira e pagar aluguel pode ser algo sufocante, em função da alta imobiliária que assola o país desde o início dos anos 2000. Para o inventivo mercado local de startups, o drama imobiliário da nação que se urbaniza em ritmo ultra acelerado é também uma grande oportunidade.
Nos últimos meses, a Ziroom tornou-se uma das startups mais celebradas do país ao, justamente, propor uma alternativa para moradia. Assim como os espaços de coworking tomaram o lugar do aluguel de salas inteiras para escritórios, a solução da Ziroom cria espaços de "cohousing".
A base do modelo de negócios é alugar casas e apartamentos em diversos bairros das grandes metrópoles e reformá-los, criando quartos e banheiros a mais em seus projetos originais. A Ziroom agrega serviços como wi-fi, faxina semanal, sala comum com TV a cabo compartilhada e serviços de lavanderia por uma única taxa mensal.
Para a jovem população migrante do país, a solução tem servido muito bem. De uma vez, resolvem-se problemas como contrato de aluguel, fiador, registro na prefeitura, imposto sobre uso de espaço urbano e todos os pormenores que quem vive de aluguel conhece bem. Em troca do espaço "compartilhado" com outros inquilinos, o custo final do "aluguel" cai bastante.
Fundada em 2011, a Ziroom apresentou crescimento relativamente lento e chegou ao final de 2016 com 300 mil casas sublocadas. De um ano para outro, porém, dobrou o número de imóveis sob seu controle e hoje opera 600 mil imóveis no país, todos concentrados em grandes cidades. Ao todo, 1,8 milhão de pessoas vivem em casas sublocadas da empresa, o que dá uma média de 3 pessoas por residência.
Cama limpa, mesa para trabalho e calefação: dividir um apartamento virou negócio
Para a maior população do mundo, o compartilhamento de bicicletas, carros, escritórios e agora até casas parece ser a solução para equilibrar a acelerada urbanização com os recursos disponíveis no bolso de cada cidadão. O "cohousing" pode ser apenas mais um modelo de negócios da nova China capitalista, mas não deixa de ser curioso que um país, governado há décadas por um partido nominalmente Comunista tenha levado a socialização da propriedade a um patamar tão sofisticado.
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