Desaceleração? Número de startups bilionárias chinesas aumentou em 2018
Idosa testa tecnologia da CloudWalk: startup chinesa de IA já vale US$ 1 bi
Esta terça-feira (5) marca o início do ano novo chinês, feriado mais importante do do país. Se muitos brasileiros brincam que, por aqui, o ano só começa depois do Carnaval, na China é consensual dizer que o planejamento das empresas para o próximo período tem início após o ano novo lunar, não do dia 1º de janeiro.
Por este motivo, sempre às vésperas do ano novo chinês, a China Money Network (CMN) – uma espécie de Bloomberg chinesa – divulga seu relatório anual sobre investimentos no país e o surgimento de novos unicórnios, apelido dado às startups de tecnologia que superam valor de mercado de US$ 1 bilhão antes da abertura de capital.
No último ano, informa a CMN, 25 empresas superaram o valor-referência de US$ 1 bilhão. Há um ano, o mesmo relatório indicava o surgimento de 22 novos unicórnios, o que mostra que o florescimento de startups bilionárias segue crescendo no país, apesar da guerra comercial com os Estados Unidos e da desaceleração do mercado interno, que cresce "modestos" 6,5% ao ano. Há uma década a taxa era de dois dígitos.
O número total de novos unicórnios é o segundo maior do mundo, atrás apenas (como sempre) dos Estados Unidos, país onde surgiram 32 startups bilionárias no último ano. Somados, os novos unicórnios chineses superam US$ 58 bilhões em valor de mercado. O mais valioso dos unicórnios é a JD Logistics, empresa de entrega de compras do gigante de e-commerce Jing Dong. A jovem empresa que explora tecnologias como entrega de pacotes por drones vale US$ 19 bilhões.
O relatório da CMN revela, ainda, que os setores mais profícuos para startups na China são as empresas de robótica e de inteligência artificial (IA). Somadas, elas dominam as listas de novas empresas bilionárias.
Um programa público, anunciado pelo governo central de Pequim, estabelece como "objetivo nacional" que, até 2025, 70% das exportações chinesas estejam concentradas em produtos de alto valor agregado e não mais nas quinquilharias Made in China que nos acostumamos a ver no comércio popular. Até 2030, a meta é que o país consolide a liderança mundial no setor de inteligência artificial.
O estudo da CMN indica, ainda, que o principal investidor destas novas empresas multibilionárias é a Sequoia Capital, seguida por Tencent e IDG Capital.
Note que, dos três grandes apoiadores dos unicórnios chineses, dois são fundos de capital de risco com sede nos Estados Unidos, Menlo Park e Boston, respectivamente, além da Tencent, uma empresa privada chinesa. Os números jogam por terra o recorrente – e falso – argumento de que as startups chinesas só são grandes por que contam com injeção de dinheiro público chinês.
Os números também revelam o quão inevitável é o conflito (comercial, diplomático e tecnológico) entre Estados Unidos e China. Nenhum país, em nenhum momento da história, conseguiu ascender como faz a China sem despertar uma reação das potências hegemônicas de seu tempo. Há muito confronto pelo caminho.
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