Com a Alibaba, chineses já transferem serviços do hospital para o celular
Assegurar atendimento a uma população de um bilhão de pessoas desafia a China
Por meio de um miniapp instalado dentro do aplicativo AliPay, usuários podem agendar consultas, exames e consultar seu histórico clínico. A adoção intensiva de tecnologia na medicina, que enfrenta resistências regulatórias pelo mundo, é vista como inevitável por parte de autoridades chinesas
A divisão de tecnologia para saúde do grupo Alibaba, a AliHealth, estreou, esta semana, a integração de suas tecnologias de computação em nuvem, blockchain e pagamentos mobile no hospital central da cidade de Wuhan, na região central da China.
O avanço sobre o setor médico faz parte de um esforço do grupo Alibaba para transformar-se em uma plataforma de serviços tecnológicos, vendendo seus produtos para empresas de múltiplos setores. Atualmente, o conglomerado que nasceu como uma operação de e-commerce fornece tecnologia para hotéis, bancos e até redes de supermercado, como a Hema, operada diretamente pelo grupo.
De acordo com Wang Peiyu, presidente da divisão de cuidados com a saúde do Alibaba, o hospital de Wuhan é o primeiro de uma série de centenas de hospitais chineses que passarão a contar com a tecnologia do grupo.
Usuários particulares ou de planos de saúde podem agendar consultas, marcar exames médicos e consultar seu histórico clínico por meio de um miniapp instalado dentro do superaplicativo AliPay. Os custos com consultas, exames ou mesmo a mensalidade do plano de saúde podem ser debitados diretamente da conta mobile AliPay, carteira digital mais popular da China.
Quem se sente mal pode consultar um médico por videoconferência ou fazer uma triagem, online, com uma enfermeira. Ao chegar ao pronto-socorro ou a uma consulta agendada, um check-in via aplicativo substitui o preenchimento de fichas. O app informa ao paciente sua posição na fila de espera e tempo estimado para ser atendido.
Dados como exames e histórico médico podem ficar armazenados em nuvem, se o paciente assim autorizar, permitindo aos médicos ter acesso a todos os históricos de seus pacientes, ainda que o estejam atendendo pela primeira vez. De acordo com o Wang Peiyu, o armazenamento em nuvem usa tecnologia blockchain, o que impediria o vazamento de informações médicas.
Após um atendimento de emergência ou consulta de rotina, pedidos de exame e eventuais prescrições de medicamentos são enviadas ao paciente via mensagem de texto. Tais mensagens têm valor legal, como receitas médicas ou guias oficiais para realização de exames.
Segundo o Alibaba, com um clique na receita o paciente pode solicitar que a empresa entregue, em sua casa, as medicações solicitadas. O Alibaba opera serviços de entrega de remédios, incluindo medicações controladas, 24 horas por dia, sete dias por semana nas cidades de Wuhan, Guangzhou, Hangzhou, Beijing e Shenzhen. Novas regiões, como Tianjin e Xangai, devem ser adicionadas nos próximos meses.
A adoção intensiva de tecnologia no atendimento médico, que enfrenta resistências regulatórias em outras partes do mundo, é vista como inevitável por parte de autoridades chinesas, que apostam no uso de recursos virtuais para expandir o acesso à medicina para sua população, a maior do mundo e que não conta com um serviço universal gratuito, como há em países como Inglaterra, Canada ou Brasil.
Com o enriquecimento da população chinesa nas duas últimas décadas e maior procura por tratamentos médicos, o número de profissionais disponíveis é considerado insuficiente para levar atenção básica a saúde aos milhões de usuários chineses, daí a flexível regulação pública a novas tecnologias disruptivas.
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