Após empresas, universidades brasileiras vão à China estudar inovação
A ascensão econômica (e tecnológica) da China atraiu, nos últimos cinco anos, enxames de executivos, investidores e gestores brasileiros, que foram ao país asiático visitar empresas e conhecer modelos de negócios.
Líder mundial em uso de pagamento móvel (com celulares), patentes 5G e sede de engenhosos modelos de economia compartilhada, a China tornou-se uma espécie de bússola para o futuro dos negócios digitais. O protagonismo chinês para inovação agora parece furar a bolha do universo corporativo e atrair também o setor acadêmico brasileiro.
A busca das universidades do Brasil é por referências chinesas para modelos de cidades inteligentes, uso de energias renováveis e superar desafios onipresentes em grandes metrópoles, como segurança pública e mobilidade urbana.
No último mês, a Unicamp e a USP, duas das mais importantes universidades brasileiras, enviaram a Pequim um grupo de 12 representantes, entre professores e alunos de graduação e pós-graduação, em um programa de colaboração tecnológica desenhado por universidades chinesas, governo local e a Didi –maior empresa de mobilidade urbana do mundo que, no Brasil, controla a 99.
Segundo Miguel Jacob, gerente de políticas públicas da 99, a imersão permitiu às equipes brasileira e chinesa trocarem informações sofre desafios comuns de mobilidade em suas cidades e proporem soluções conjuntas. "Há muitas diferenças entre a realidade e a cultura dos dois países, mas há também muitos pontos de sinergia, como os desafios para tornar as viagens mais seguras e a integração entre diferentes modais de transporte", afirma Jacob.
Culturas distintas, objetivos comuns: todos querem chegar em casa mais cedo
Algumas das tecnologias da Didi testadas pelo grupo brasileiro foram o uso em um único app de diversas formas de transporte para além do táxi e carro privado, incluindo bicicletas elétricas e o pagamento de ônibus e metrô. Nas grandes cidades chinesas, os dados de mobilidade captados pelos carros a serviço da Didi são usados também para gerir, em tempo real, o tempo de abertura e fechamento dos semáforos, ajustando o fluxo ao volume de tráfego.
Desafio permanente das empresas de transporte, a segurança dos passageiros passou a contar, na Didi, com uma camada adicional de segurança, que faz uso de reconhecimento facial para verificar a identidade dos motoristas. Todos os dias, antes de iniciar o trabalho, o app da Didi exige que o motorista escaneie seu rosto com a câmera do celular, o que o impede, por exemplo, de ceder o carro a terceiros. A checagem pode ser feita, de forma randômica e automática, ao longo do dia.
Em regiões como Xangai e Beijing, sistemas de aprendizado de máquina analisam o histórico de viagens dos passageiros e passam a recomendar, diariamente, os melhores pontos de localização para início de viagem dos carros. Na prática, este recurso diminui o tempo de espera dos passageiros e eleva a produtividade dos motoristas, que rodam menos tempo sozinhos.
Táxis autônomos da Didi: testes já ocorrem na periferia de Xangai
De acordo com Miguel Jacob, o setor de mobilidade urbana vem se transformando rapidamente em todo o mundo e o fato de a Didi ter se tornado uma empresa global, com operações no Brasil (via 99), México, Austrália e Chile, auxilia a adoção mais rápida de melhores práticas, além de um uso mais intensivo de inteligência artificial e aprendizado de máquina na mobilidade urbana.
Entre as tendências para o setor projetadas a partir da experiência chinesa estão a substituição de veículos movidos a combustão por frotas elétricas e a ascensão de veículos autônomos, também em testes na China.
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