Em um dia, Alibaba vende o mesmo que o e-commerce brasileiro em 2 anos

Telão na sede da empresa registra, em tempo real, vendas da plataforma Alibaba
O último domingo (11) foi uma data histórica para o serviço de e-commerce Alibaba, na China. Nesta data, em 24 horas, os sites da marca (Tmall, Alibaba.com, TaoBao e AliExpress) somaram vendas de US$ 30, 8 bilhões. O valor equivale às vendas registradas em 2016 e 2017, somados, no e-commerce brasileiro, de acordo com números da ABCom (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).
Criado há duas décadas pelo fundador do Alibaba, Jack Ma, o dia dos solteiros (referência aos números 11/11) é uma estratégia de marketing para fomentar vendas concentradas em um dia específico, como acontece com a Black Friday, nos Estados Unidos. O avanço do e-commerce na China, porém, é tamanho que que pelo terceiro ano seguido o "dia dos solteiros" gera mais vendas, em valores absolutos, que a soma da Black Friday e da Cyber Monday nos Estados Unidos.
Os números divulgados pelo Alibaba são 27% maiores que os registrados no mesmo dia de 2017. O ritmo de expansão, porém, desacelerou um pouco em comparação com o ano anterior, quando o recorde de vendas avançou 39% sobre 2016.
O gigantismo dos números representa não só a força da economia digital chinesa, mas a migração do varejo offline para as compras online. Fatores como excelente infraestrutura para entregas rápidas, estilo de vida demasiadamente ocupado (muitos chineses trabalham 60 horas por semana) e densidade demográfica (torna as entregas mais econômicas) fomentam a onipresença do e-commerce no país. Shopping centers como os que conhecemos no Brasil, por exemplo, são quase "show rooms" de produtos. O consumidor vai olhar, experimentar e, depois, finaliza a compra pelo smartphone, plataforma mais cômoda e muito mais econômica. Na média, um produto comprado online, com frete, custa 34% menos que sua versão em uma loja física na China.
Este ano, o Alibaba incluiu promoções de serviços em sua "promoção" do dia dos solteiros, como vendas de refeições em sua plataforma Ele.me (equivalente ao iFood, no Brasil), compras em supermercados e entrega de cafés da rede Starbucks. O objetivo por trás da estratégia é fomentar a integração dos mundos "online e offline". Em outras palavras, a plataforma criada por Jack Ma busca avançar sobre setores do mundo offline ainda fora do e-commerce tradicional, como vender um cappuccino para entrega em casa. O Alibaba, neste sentido, opera a rede "HeMa", supermercado que só aceita o pagamento digital Alipay e que, embora tenha lojas físicas, se propõe a entregar os produtos lá comprados na casa do consumidor em até 30 minutos, se este viver a até 3 quilômetros de uma unidade do mercado.
As vendas anotadas no "dia do solteiro" de 2018 seriam ainda maiores, em dólares, se a moeda chinesa não tivesse se desvalorizado ante a americana nos últimos 12 meses. Afinal, quando o dólar sobe é preciso vender mais produtos em yuans para obter o mesmo montante em dinheiro americano.
O total de vendas no "dia dos solteiros" leva em conta apenas produtos transacionados na plataforma Alibaba, não contabilizando vendas em outros serviços chineses, como a Jing Dong, e-commerce do grupo Tencent e principal rival da empresa de Jack Ma na China. A "JD", como é chamada pelos chineses, tem sua própria época de promoções, que acontece entre os dias 1 e 10 de novembro, buscando diminuir o impacto do "Dia dos Solteiros". Este ano, em seus 10 dias de promoções, a JD anunciou vendas de US$ 21 bilhões.
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