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Felipe Zmoginski

Futuro do Alibaba será vender sua tecnologia para empresas

Felipe Zmoginski

15/01/2019 04h00


Sede do Alibaba, em Hangzhou: empresa vai vender suas tecnologias

O grupo Alibaba, uma das maiores companhias de internet do mundo e conhecida no Brasil pelo ecommerce AliExpress, anunciou, nesta semana, que a empresa se transformará em um provedor global de tecnologia para terceiros.

Chamado de "A100", o programa apresentado por Daniel Yong, CEO do grupo desde a saída de Jack Ma do dia a dia da corporação, é a principal mudança no modelo de negócios da empresa desde sua fundação, em 99. O gigante da web, cujo valor de mercado é avaliado em mais de US$ 400 bilhões, sempre fez dinheiro conectando vendedores a consumidores, por meio de sua plataforma de comércio eletrônico, usada por mais de 600 milhões de pessoas todos os dias.

Para crescer, a companhia tornou-se referência mundial no desenvolvimento de soluções inovadoras para o varejo online e offline, criando plataformas de pagamento mobile, robôs para operar logística, serviços de nuvem, análise preditiva e Big Data e aplicações de inteligência artificial.

Entre os muitos braços do Alibaba está, por exemplo, uma solução em nuvem que analisa o trânsito em grandes cidades, a partir de câmeras de monitoramento de prefeituras, e altera o funcionamento de semáforos, para dar maior fluidez ao tráfego.  Segundo Young, a prioridade da empresa nos próximos anos é vender tais inovações para órgãos públicos, empresas de varejo offline e companhias que desejem ganhar produtividade a partir da adesão à plataformas de internet das coisas (IoT) e marketing digital desenhados pelo Alibaba.

"Existe um mundo muito maior fora das fronteiras de nossa empresa e gostaríamos de entregar todas as soluções que desenvolvemos a quem queira acelerar a transformação digital de seus Negócios, em especial nas áreas de varejo e indústria financeira", disse Yong, durante a One Business Conference, evento anual em que o Alibaba anuncia seus planos para o período seguinte.

Nos últimos quatro anos, o grupo que se originou de uma bem-sucedida operação de ecommerce passou a operar em áreas como logística, pagamento móvel,  entretenimento e até varejo offline, como o desenvolvimento dos supermercados inteligentes HeMa, operados pela empresa.

Segundo o anúncio feito por Yong, todo esforço acumulado nestes setores servirá não só para turbinar as vendas da plataforma Alibaba, mas também para gerar receita por si só, com a venda de suas tecnologias a terceiros.

De acordo com a consultoria IDC, no mundo, o mercado de "soluções para transformação digital", setor que o Alibaba anuncia entrar, movimentará US$ 1,97 trilhão ao ano até 2022. Para efeito de comparação, o PIB do Brasil, a soma de todas as riquezas produzidas no país em 2017 foi quase o mesmo:  US$ 2,05 trilhão.

Sobre o autor

Felipe Zmoginski foi editor de tecnologia na revista INFO Exame, da Editora Abril, e passou pelos portais Terra e America Online. Foi fundador da Associação Brasileira de Online to Offline e secretário-executivo da Associação Brasileira de Inteligência Artificial. Há seis anos escreve sobre China e organiza missões de negócios para a Ásia. Com MBA em marketing pela FGV, foi head de marketing e comunicações do Baidu no Brasil, companhia líder em buscas na web na China e soluções de inteligência artificial em todo o mundo.

Sobre o Blog

Copy from China é um blog que busca jogar luzes sobre o processo de expansão econômica e desenvolvimento de novas tecnologias na China, suas contradições e oportunidades. O blog é um esforço para ajudar a compreender a transformação tecnológica da China que ascendeu da condição de um país pobre, nos anos 80, para potência mundial.