Alibaba abre hotel futurístico para mostrar seus produtos mais legais
Hotel futurista: sem recepção, sem chaves e sem camareiro
O gigante chinês de e-commerce Alibaba inaugurou nesta semana seu primeiro hotel, em Hangzhou, cidade próxima a Xangai e sede global da empresa. Chamado de "FlyZoo", o hotel com 290 quartos será uma espécie de "show room" das soluções da companhia.
Vender suas tecnologias para terceiros é o principal objetivo da empresa para o futuro, superando sua dependência do crescimento do e-commerce, conforme anunciou o CEO da corporação, Daniel Yong, há duas semanas, ao apresentar a iniciativa chamada de A100, no evento anual de planejamento do grupo.
Hóspede tem rosto escaneado por robô: check-in por reconhecimento facial
O hotel futurístico do grupo Alibaba não possui recepção. Após fazer sua reserva pelo aplicativo AliPay, que também é a ferramenta de mobile payment do grupo Alibaba, o hóspede simplesmente vai até o lobby e posiciona seu rosto em frente a um robô equipado com reconhecimento artificial. O robô reconhece que o hóspede, de fato, tem uma reserva e o informa, por linguagem natural, qual o número de seu quarto.
Os hóspedes não possuem cartões magnéticos ou chaves para abrirem seus quartos. Portas com reconhecimento de rosto liberam o acesso aos quartos durante a estadia. Robôs desenvolvidos pelo laboratório de inteligência artificial do Alibaba são, ainda, responsáveis por trocar as toalhas dos quartos, repor amenidades, como xampu e sabonetes. Os vasos sanitários e os boxes de banho são auto limpantes.
Robô recolhe louças em refeitório do hotel
Dentro do quarto, controlar a iluminação, a posição das cortinas, a música ambiente, a TV e a temperatura pode ser feito por comandos de voz. É preciso, evidentemente, saber falar chinês. "Mas não por muito tempo, estamos adaptando todas estas tecnologias para inglês, espanhol e japonês, pois nosso objetivo é oferecer este conforto a visitantes estrangeiros e hotéis fora da China", afirma Wang Qun, diretor-geral do hotel "FlyZoo", que pertence a agência digital de viagens do grupo Alibaba, a Fliggy.
Quem pedir uma refeição ao serviço de quarto, falará com um dispositivo robótico, que enviará o pedido à cozinha. Quando estiver pronto, o prato será levado até o quarto por um robô. De acordo com Wang Qun, o uso de robôs no serviço de quarto dá mais liberdade aos hóspedes. "Ninguém mais ficará constrangido em receber o camareiro apenas com as roupas de baixo". A refeição, todavia, continua sendo preparada por cozinheiros humanos. "Temos seres humanos trabalhando no hotel o tempo todo, mas elas ficam no backstage e aumentam sua produtividade graças às nossas tecnologias", afirma o diretor do FlyZoo. No café da manhã, quem recolhe bandejas e serve café quente são igualmente robôs.
Todo o pagamento é feito pelo app AliPay e para fazer o check-out basta sair do hotel. Uma câmera reconhecerá sua saída ao final da estadia programada e processará o pagamento via aplicativo mobile. Alterações de reserva e late check-out, por exemplo, podem ser feitas via app. De acordo com o Alibaba, o objetivo da companhia com o FlyZoo não é competir com hotéis tradicionais, mas criar um espaço para demonstrar as inovações da empresa e, ao longo do tempo, vender tais soluções para diferentes indústrias, não só as de hotelaria.
De acordo com o Alibaba, para transformar um hotel de 300 quartos em uma hospedaria com o mesmo nível de tecnologia que o FlyZoo, são necessários US$ 736 mil de investimentos, além de cerca de US$ 200 mil por ano, em manutenção das soluções implementadas. Os gastos podem ser recuperados com economias na folha de pagamentos, que cai, em média, 50% após a automação de múltiplos serviços, avalia a empresa. Ganhos adicionais podem ser obtidos com o aumento na taxa de ocupação dos hotéis high-tech, que deixariam os clientes mais satisfeitos e propensos a retornar com maior frequência.
Evidentemente, o uso intensivo de tecnologia deverá desempregar milhares de camareiros, ajudantes e recepcionistas em hotéis ao longo dos próximos anos, bem como motoristas, estoquistas, contínuos, montadores e seguranças em múltiplas indústrias. Não há planos para realocar estes trabalhadores.
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