Trump quer: fabricante chinesa promete iPhone todo "made in USA" para 2020
Uma das promessas mais improváveis de Donald Trump, a de produzir iPhones nos Estados Unidos, deve se tornar realidade a partir de 2020. A afirmação é de Terry Gou, o presidente da Foxconn, integradora taiwanesa responsável pela fabricação de grande parte dos iPhones, iPads e MacBooks vendidos no mundo.
Gou, que é candidato a presidência de seu país, Taiwan, saiu, esta semana, de uma reunião com o presidente americano Donald Trump afirmando que a guerra comercial de seu país com a China acabará com o deslocamento de parte da cadeia de suprimentos de produtos eletrônicos para os Estados Unidos. Atualmente, 90% da produção mundial de eletrônicos concentram-se no sul da China, região que oferece as melhores condições logísticas do mundo para tal.
A mudança de local de produção não ocorrerá porque, finalmente, os Estados Unidos terão condições técnicas de produção superiores às de Shenzhen, na China, para tal fabricação, mas, afirma Gou, porque Trump promete taxar em mais de US$ 200 bilhões os produtos "made in China", como parte de um esforço para "equilibrar" os históricos déficits que americanos têm com chineses.
As declarações de Gou devem ser vistas com ressalvas, uma vez que o executivo tem histórico boquirroto. Certa vez, por exemplo, disse que a Foxconn nunca abriria fábricas no Brasil, pois brasileiros gostam muito de música e, por isso, não trabalhariam de forma adequada. Um ano depois, a Foxconn abriu fábricas em Jundiaí, interior paulista.
Gou pode ter dado tais declarações, a respeito dos produtos da Apple, como forma de pressionar a China, rival de Taiwan, país cuja soberania Pequim não reconhece ou, ainda, simplesmente, para fazer demagogia com o eleitor de Taiwan, para quem pedirá votos.
Em entrevista ao canal MSNBC, Tim Cook, executivo-chefe da Apple, negou qualquer intenção de integrar os produtos da empresa em território americano. De acordo com Cook, é falsa a ideia de que os iPhones não são feitos com produtos americanos.
As telas dos smartphones, por exemplo, são fabricadas no Kentucky e os módulos para o Face ID, disponíveis no iPhone X, vêm do Texas. A montagem, no entanto, ocorre na China, o que mantém o custo dos smartphones da Apple competitivos. Integrá-los nos Estados Unidos poderia fazer um iPhone custar 60% mais, afirmam consultorias como a IHS Market.
Entre as muitas declarações de Gou sobre as disputas entre Estados Unidos e China, no entanto, uma tem valor inquestionável: a briga não acabará tão cedo e os dois países vão rivalizar pela liderança global em setores como inteligência artificial, afirmou, com razão, o executivo da Foxconn.
De fato, não há registro de ascensão de uma economia, como a chinesa, rumo à posição de potência global, sem que isto tenha gerado resistência por parte de quem, digamos, está na posição de líder. Até os mais ingênuos pandas das montanhas chinesas sabem que a batalha com os americanos será longa e árdua, com danos que afetarão pessoas no mundo todo. Até mesmo quem só quer comprar um iPhone novo.
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