Smartphones chineses já são os mais vendidos fora da China
Loja da Xiaomi: marca chinesa é líder fora de seu país, como na India
Uma crítica recorrente feita às empresas chinesas de tecnologia é que elas só são grandes porque desfrutam de um enorme mercado interno devidamente protegido de competição. Quando expostas às regras do livre mercado fora de casa, fracassam.
De fato, o gigantismo do mercado interno chinês é uma fortaleza e uma fraqueza para as empresas locais. É ponto positivo por permitir que elas se tornem mastodontes mesmo sem tirar passaporte. É negativo por criar uma zona de conforto que dificulta para as empresas locais compreenderem que as exigências e características dos mercados externos não são exatamente as mesmas que em seu país de origem.
Exceções à regra, no entanto, estão ficando tão comuns que já nem podem mais ser chamadas de "exceções". Exemplo maior é a Huawei, que de tão bem-sucedida, tornou-se alvo do governo americano, que tenta por vias heterodoxas impedir sua imposição como líder mundial de 5G.
Esta semana, por exemplo, a consultoria americana Canalys publicou um estudo sobre o mercado de smartphones da India. Por lá, 4 dos 5 maiores vendedores de celulares inteligentes são chineses. Economia aberta, democrática e que possui o inglês como um dos idiomas oficiais, a India seria o caminho natural para corporações americanas e europeias nadarem de braçada. Dos gigantes globais de tecnologia, no entanto, só a coreana Samsung mantém posição relevante (22% de participação de mercado), com uma segunda colocação na lista Top 5 dos smartphones mais vendidos no país.
A líder de mercado indiana é a Xiaomi (com 33% de market share). Depois da Samsung, vem a Vivo com 18% (a Vivo chinesa não tem nada a ver com a empresa do grupo Telefónica) , Oppo e RealMe, também chinesa.
Relatório mostra que só Samsung sobreviveu entre os não-chineses
O relatório é relevante por a India ser o segundo maior mercado mundial para smartphones e alvo de cobiça dos fabricantes do mundo todo. A ascensão dos produtos chineses de alta tecnologia, aos poucos, se consolida em múltiplos mercados emergentes, indicando que a imagem "xing-ling", produto de baixo custo e baixa qualidade, vai ficando para trás. Tal mudança de percepção dos mercados externos contribui para uma das metas essenciais da economia planificada chinesa: fazer com que 70% da pauta de exportação do país seja composta por produtos de alto valor agregado até 2025.
O próprio mercado interno chinês já não é mais uma fortaleza inesgotável de crescimento. Em 2018, por exemplo, a venda de smartphones dentro da China caiu 14% em relação ao ano anterior. Em 2019, a comparação entre o primeiro trimestre e igual período de 2018, mostra nova desaceleração, desta vez de 6%, indicando a maturidade do mercado local, o que pressiona as empresas tech a procurarem mercados externos. Não à toa, a maior empresa de internet da China, a Tencent, anunciou este mês que sua meta é assegurar que ao menos 20% da receita da empresa venha de fora da China até 2025.
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