Da China para o Ocidente: 3 ideias que Facebook, Amazon e YouTube copiaram
TikTok: fenômeno dos vídeos curtos influenciou Snapchat e Facebook
Maior mercado de internet mobile do mundo, a China é também um laboratório único no planeta para testar novos modelos de negócios. Com 842 milhões de conexões mobile, 170 milhões delas em velocidade 5G, e muito capital de risco à disposição, não é difícil imaginar o tanto de startups e experimentalismo que há na web chinesa.
Se uma ideia é testada – e sobrevive – neste ultracompetitivo mercado, é de se imaginar que a ideia seja boa e, por isso, tenha razoáveis chances de prosperar também fora da China. Não à toa, executivos de todo o mundo têm viajado regularmente à China para estudar os modelos de negócios locais e adaptá-los à realidade de seus usuários. É o Copy From China em estado puro.
No relatório anual que a consultoria Abacus recém publicou sobre a web chinesa, são listadas três estratégias de negócios digitais que nasceram na China e foram copiadas por produtos como Amazon Live, Instagram, YouTube, Snapchat e Facebook. Veja quais são:
1 – Super Apps, um só lugar para todos os serviços
Aplicativos chineses como o WeChat, Alipay e Meituan foram pioneiros no conceito de "one-stop shop for all services". A ideia central é aproveitar o imenso tráfego que estas plataformas de rede social, pagamentos e compras, respectivamente, tinham, para inserir novas camadas de serviços e extrair mais tempo de uso e dinheiro de sua audiência.
No WeChat, por exemplo, que poderíamos comparar ao WhatsApp, além de trocar mensagens, você pode integrar uma carteira digital, transferir dinheiro para amigos, pedir delivery de comida, chamar um táxi ou agendar horário no salão de beleza, por exemplo. A ideia fez sucesso por dispensar os usuários de instalar, fazer cadastro e manusear uma dezena de outros apps, como os de táxi, comida ou beleza. Você faz tudo em um só local.
A estratégia acabou replicada pelo Facebook que vem transformando seu app Facebook Messenger de um produto "standalone" em um super app com múltiplas features, como games online, mobile payments (não disponível no Brasil) e chatbots. Outras empresas, como o mensageiro japonês Line, seguiram o modelo, integrando carteira digital, vídeos on demand e distribuição de animes.
2 – Fusão do e-commerce com características sociais
Gigantes do e-commerce chinês, como o Taobao, do grupo Alibaba, e jovens startups, como as empresas iniciantes Pinduoduo e Mogu adicionaram múltiplas camadas sociais a suas plataformas. No Pinduoduo, produtos premium são vendidos com descontos progressivos apenas por recomendação social. Ou seja, aquela bolsa exclusiva só pode ser vendida para você, com desconto, se algum amigo seu que a comprou te recomendar a compra. A tática é um sucesso e, em 18 meses, a startup tornou-se um unicórnio. No Taobao e no Mogu, influenciadores e celebridades testam os produtos disponíveis para venda ao vivo, todos os dias. Os reviews ao vivo têm enorme audiência e em incrível poder de conversão em vendas.
Em fevereiro deste ano, a Amazon estreou seu "Amazon Live" que, na prática, replica o modelo do TaoBao, com demonstrações ao vivo de produtos que podem ser comprados com um clique no carrossel abaixo da livre streaming. Instagram e YouTube Shopping estrearam, este ano, função semelhantes, tornando suas plataformas sociais também mecanismos de vendas online.
3 – Vídeos curtos e viciantes
O pioneirismo dos vídeos curtos deve ser atribuído ao Vine que, apesar da vanguarda, nunca se tornou um produto de massa. Na China, porém, apps como TikTok, da ByteDance, e Kuaishou tornaram-se campeões de download e febre dentro e fora do país. Recursos criados pelo TikTok, como o filtro que sincroniza o movimento dos lábios de uma pessoa com músicas acabaram copiados por apps como o Snapchat, que em fevereiro deste ano listou, oficialmente, o TikTok, como um de seus principais competidores. O app Facebook´s Lasso, focado em vídeos curtos, também tem óbvia inspiração chinesa.
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