TikTok "viraliza" pelo mundo com confinamento provocado pelo coronavírus
O aplicativo TikTok (chamado na China de Douyin) é possivelmente o maior beneficiário entre as empresas de tecnologia. Com o confinamento das pessoas em casa, a audiência (e o faturamento) da empresa cresceu com força desde janeiro. Esta semana, o Financial Times estimou em US$ 100 bilhões o valor de mercado da ByteDance, empresa que controla o TikTok. O cálculo foi feito com base na venda de papéis da empresa no mercado secundário de participações, em Londres.
O número é relevante pois, no final de 2018, investimentos da SoftBank transformaram a empresa em um super unicórnio de US$ 75 bilhões. Não é a todo momento que uma companhia se valoriza US$ 25 bilhões.
Atualmente, o app é a quarta rede social mais popular do mundo e figura na lista Top 5 dos aplicativos mais baixados em todas as plataformas. O dado mais relevante, porém, é o fato de o app ter a maior parte de seus usuários fora da China. Dos 1,5 bilhão de usuários do TikTok, "apenas" 500 milhões ficam no mercado doméstico, todos os demais estão espalhados por Estados Unidos, Europa, Sudeste Asiático e, claro, Brasil.
É muito comum vermos rankings em que apps chineses aparecem entre os mais baixados do mundo, no entanto, estas listas que apresentam aplicativos como AliPay e WeChat, por exemplo, são um tanto enganosas. Afinal, fazem a conta por números absolutos, o que valoriza aplicações muito populares na China (maior mercado digital do mundo), mas que são pouco usados fora das fronteiras chinesas.
No caso do TikTok, porém, trata-se de um legítimo (e inédito) fenômeno de software chinês que viralizou pelo mundo. Parte deste sucesso, deve-se a inovadora estratégia da ByteDance de incentivar usuários a dar dinheiro aos influencers de que gostam. De acordo com o Globalweb Index, só no último ano, usuários gastaram US$ 6 milhões em doações a influenciadores.
Na China, de acordo com a Tiger's Global, o TikTok, que atraía 4% da publicidade digital em 2017, deve morder 19% de fatia de mercado em 2020. Trata-se de uma participação enorme em um mercado ultracompetitivo e em que a fatia dos anúncios digitais supera, há anos, a receita dos canais de TV. A força midiática do aplicativo tornou-se tão influente que, além de determinar o consumo dos jovens, músicas usadas como trilha nos vídeos curtos tornam-se as mais ouvidas em serviços de streaming e rádios online.
O fato de a rede ser majoritariamente composta por adolescentes, que não possuem, em geral, renda própria, pode ser um limitador nos ganhos de receita futura da ByteDance. Até o momento, no entanto, a empresa criada em Pequim só tem motivos para comemorar.
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